segunda-feira, 4 de abril de 2011

Palestra 170 do Guia do Pathwork - O Medo versus o Anseio pela Bem-aventurança

“A palestra de hoje aborda o tema do medo que os homens têm do contentamento. (...)


Todo ser humano, nascido neste lugar, nesta esfera de consciência, tem, em algum grau, esse medo aparentemente absurdo. E ele realmente não faz sentido. Mas existe, mesmo assim. Ao mesmo tempo, como eu já disse muitas vezes, o homem tem um anseio inerente pelo que lhe pertence por direito, que é o estado de supremo contentamento, de suprema alegria, incapaz de ser descrito na linguagem humana.


Por mais infeliz que esteja, alguma coisa no homem sabe e se lembra de que esse não é o modo natural de ser. De fato, se não houvesse esse conhecimento interior, ele poderia aceitar o estado de frustração e carência com muito menos tensão e perturbação.

  (...)


Quanto mais profunda e honestamente elas investigarem, mais vai ficar visível que – exatamente como numa equação matemática – quando elas são felizes, livres, sem medo, existe realização, e quando elas têm medo do que há de melhor na vida, há insatisfação.

  (...)


É claro que, superficialmente, ninguém desconhece totalmente o fato de temer aquilo que mais deseja. Quanto mais distanciado está o objeto do desejo, tanto mais fácil é deixar de ver o medo que ele provoca. Mas quando ele se aproxima e o homem verdadeiramente questiona suas reações mais profundas, ele descobre um movimento interior que se fecha, que foge. Isso pode ser tão sutil que só é revelado com um exame atento.


No entanto, afirmo que, se vocês se aprofundarem o suficiente e investigarem com honestidade e abertura as suas reações mais sutis à realização, ao prazer, à expansão, a qualquer coisa que envolva o menor risco, vocês não terão confiança para prosseguir, e
vão recuar, preferindo permanecer na segurança aparentemente maior da vida cinzenta.

  (...)

Ela começa a deslocar e a projetar as causas no mundo exterior, o que provoca um alívio cada vez menor. Por mais verdadeiras que sejam algumas das culpas que ela joga nos outros, isso nunca elimina o sofrimento. Por mais que ela consiga fazer os outros se dobrarem à sua vontade, isso nunca elimina a carência, o vazio, a monotonia que causam sofrimento. Enquanto vocês estiverem distanciados da causa, dentro de vocês, que faz
com que se fechem para aquilo que conscientemente mais desejam e cuja falta provoca o maior sofrimento, fatalmente vocês acharão que a vida é fútil.

  (...)

Fatalmente vocês se sentirão impotentes e incapazes de fazer o que é preciso para acabar com a dor da não realização. Fatalmente vocês vão oscilar entre autopiedade e amargura, entre projeção nos outros e na vida dos seus infortúnios, por um lado, e por outro lado, sentimento de culpa distorcida e de não merecer o que a vida tem de melhor.

O conhecimento e a experiência da sua própria rejeição ao prazer é o início da eliminação desse bloqueio."




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